sexta-feira, 22 de junho de 2012

Na serra!

A caminho de Santa Justa do Monte, monte situado no sopé da Serra d´Arga, analisando o caminho florestal, tendo em vista uma volta mais abrangente, em dia que não tenha horários a cumprir!




A minha aldeia, Lanheses, vista lá do alto de Santa Justa do Monte! Tão belo Alto-Minho!


Primeira impressão em terreno deveras difícil e em mau estado; a J5 devora quilómetros seja em asfalto bom, fraco e de mediana qualidade, assim como não se faz rogada a terra batida repleta de cascalho!

O final de semana promete...



domingo, 17 de junho de 2012

Praia Norte.

Estacionadas junto à Praia Norte em Viana e fotografadas do interior da J5!






Esta última chamou-me a atenção pelo facto de sua longevidade, bom aspecto e vinda de Inglaterra!


Sempre que ali vou, estão algumas caravanas estacionadas de frente para o mar; por certo, um dos grandes cenários que todos os que possuímos uma destas belas máquinas, gostam de contemplar, o mar, uma praia e uma autocaravana!



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Cruzamentos em tempo de férias!

Agora é vez de postar as fotografias onde a J5 aparece em companhia de outras "amigas" de viagem, ou, com as quais se foi cruzando na estrada, em tempo de férias!

Um tremendo LUXO, ao alcance de muito poucos!

Pilote, motorização Mercedes-Benz, estacionada no Lindoso, propriedade de casal francês!


Estacionadas em Os Baños, junto às fontes termais! A J5 mais parece um mosquito...(risos)mas chega onde chegam as outras! Atenção, a minha J5 já lá estava estacionada, quando chegaram as duas "beldades" e os seus "salgados" proprietários!


Uma das proprietárias destas autocaravanas, quando a ouvi falar por "longos" cinco a dez minutos, não mais, teve o dom de me enervar solenemente com a sua conversa saloia! É típico e continua a acontecer, entre autocaravanistas, um certo "racismo/chauvinismo" e "neo-chiquismo", quando caravanas de valor elevado e de baixo valor, como a minha (para não verbalizar aqui um outro palavrão) se encontram ou se cruzam. Invejo os motociclistas por isso, pela camaradagem que demonstram uns para com os outros e quando se cruzam na estrada, cumprimentam-se, e se parados até, aproveitam logo para falar das máquinas e de todas as histórias inerentes a estas. No meio autocaravanista isto ainda é uma miragem e quando estaciono a minha J5 em muitos dos locais onde vou com ela, sou prontamente olhado de lado, tipo como: - Olha-me este mono à beira do minha "mansão" de quatro rodas! Foi precisamente isto que aconteceu com uma das senhoras das caravanas estacionadas junto à minha. Julgava-se alguém por ter uma grande "capucine"! A sua conversa era tipicamente de quem viaja numa autocaravana alugada, (a J5 é minha e está paga) quando ao passar pela nossa e ao ver as portas abertas logo vociferou, qualquer coisa do género: - Os autocaravanistas não podem...blá blá blá. Não entendi o resto da frase, mas talvez se referisse ao facto de estar a lanchar na caravana com as portas abertas para a lindíssima baía que se me afigurava perante o olhar! Como não haveria de ter as portas abertas perante tão idílico cenário!?! Só se fosse louco, tonto ou até mesmo, BURRO! E mais a mais não costumo infringir as mais elementares regras do autocaravanismo e o fundamental respeito pela natureza...sou um profundo amante da mesma; enfim uma demonstração inequívoca de ignorância ainda por cima vinda de uma pessoa que ao olhar para as lagoas de onde saía um fumo incrível, logo, testemunha da espectacularidade das águas e da sua temperatura escaldante, só vociferava: - Ai, eu não me meto aí tá cheio de lama, nem sei como alguns fazem isso! Palavras atiradas ao ar num momento em que precisamente, eu, desfrutava da temperatura maravilhosa daquelas águas e das suas lamas! Será preciso dizer mais alguma coisa, acerca de tão ignóbil ser? Presumo que não! Posso ter aspecto de hippie, muitas tattoos, cabeça rapada etc, etc; mas, tenho o mesmo direito a usufruir da natureza (e podem crer, usufruo muito mais) que aqueles que se movimentam em grandes e sumptuosos palácios motorizados!!! A minha J5 chega onde muitas nem ousam sonhar colocar os seus rodados!

Na minha óptica, ser autocaravanista é principalmente gostarmos de viajar, conhecer e experimentar todas as inebriantes sensações que se possam colocar perante os nossos sentidos!

Eu cá, desfruto da minha J5 em momentos de longo prazer, sempre e sempre tentando desfrutar daquilo que a natureza tem para me oferecer no momento...ah...e sem nunca prejudicá-la!


Detestei aquela criatura de longos cabelos espigados, com uma caríssima CANON ao "pescanhoço" (pescoço, têm as pessoas normais) num orgulhoso misto, de típica loira ignorante...e esparguete cozido em lume brando...








sábado, 9 de junho de 2012

A J5 por Bande e AQVAE QVERQVENNAE.

Aproveitando a ponte que foi permitida com a ocorrência deste feriado, que ainda não foi este ano que o Ministro com apelido de animal, conseguiu eliminar do calendário anual e metendo um dia de férias, portanto, em nada ficou prejudicado o meu caríssimo patrão (vejam lá as minhas preocupações sociais-democratas), lá fui com a minha esposa desbravar mais uns quilómetros a bordo da J5, com destino às lindas terras de Bande, na vizinha Espanha, província de Orense e conhecer um dos cantinhos mais belos, mesmo aqui ao nosso lado, colado à fronteira do Lindoso, no nosso país; a lendária e fascinante AQVAE QVERQVENNAE!

Já no tópico anterior tinha focado toda a beleza e agradabilidade que é circular pela EN 203, de Ponte da Barca até ao Lindoso, pelo que não me vou repetir; tendo porém de fazer uma referência fotográfica mais pormenorizada e à qual no mesmo tópico não dei a devida importância, que é a eira comunitária povoada de espigueiros e uma das maiores de que tenho conhecimento por estas paragens, arriscar-me-ia a dizê-lo, mesmo podendo cair em erro, deste país!












Enquanto nos passeávamos por este aglomerado de autênticos celeiros em ponto mais pequeno; reparei, ao cruzar com um homem de avantajado porte, ou seja, bastante mais alto do que eu, o que chama a atenção porque me tenho como uma pessoa de elevada estatura, mas, à sua beira o meu metro e oitenta e cinco era no mínimo caricato(...)apercebi-me que o mesmo seria com toda a certeza estrangeiro e no momento em que nos cruzámos, verbalizou algo do tipo:

- Very strange! Ao qual respondi com um sorriso.
- Very strange indeed!

Traduzo:

- Muito estranho!
- Realmente, muito estranho!

Aquela frase atirada ao ar, precisamente no momento do nosso cruzamento, quase me parecia uma prece para que lhe explicássemos que raio de estruturas em pedra mais estranhas seriam aquelas, mas segui o meu caminho. Mais abaixo, a esposa do mesmo gigantesco senhor (como me senti baixo, coisa rara), resolveu meter conversa e perguntou:

- Sorry do you know if these structures are graves? À qual respondi.
- No. This structures belongs to an all comon area where the villagers gather the maize production, each year, and year!
- Oh really? I thought taht this are graves!
- No, not graves, they have a working purpose, not a religious one!

Traduzo:

- Desculpem, mas sabem se estas estruturas são sepulturas?
- Não! Estas estruturas fazem parte de uma eira comunitária onde cada aldeão armazena a sua produção anual de milho.
- A sério! Não são sepulturas?
- Não. O seu propósito é o trabalho e não a religião!

A esta altura o gigantesco homem já estava também à conversa comigo e com a minha esposa, juntando-se a nós e então estivemos ali uma boa meia hora conversando, acerca de tudo um pouco e claro, não sendo um adepto da modalidade, de futebol e do embate entre Portugal-Holanda que vai acontecer neste Euro2012, principalmente por terem achado um piadão ao meu casaco, numa clara alegoria ao campeonato de 1974, que a Alemanha venceu perante a Holanda por duas bolas a uma. Eu afirmei, que só o comprei porque o mesmo, nas costas, tem estampado o meu ano de nascimento! Eles riram com a situação! Curioso, eram (e são) holandeses, que estão a viajar pelo nosso país, que acham lindo e ficaram maravilhados com a nossa zona, de todas a mais bela, segundo as suas palavras! Como não haveria de ser! Estamos no verde Alto-Minho! Modéstia à parte!





Ficam as fotografias, para memória futura! Um bem haja para eles e pela sua simpatia!

Após este encontro e após o Lindoso, continuámos em direcção a Espanha, seguindo a estrada OU-540, que liga a fronteira a Bande. Para, passados uns 10 minutos com a J5 a rolar ligeira e sem problemas nenhuns (esta caravana é fantástica), se deter em As Conchas, junto à barragem com o mesmo nome! Éramos chegados ao primeiro ponto de paragem em Espanha, o "embalsse" de As Conchas, uma barragem situada a montante da do Lindoso, precisamente aproveitando as águas do Lima que todos tão bem conhecemos, não fosse ele o rio que banha a nossa aldeia! Continuando a não apreciar estes gigantescos muros de betão usados para retenção de águas e produção de enrgia eléctrica, mais ou menos estilizados; não lhes consigo ficar indiferente no que toca a captação fotográfia. Cá ficam as fotografias do conjunto e da sua albufeira artificial!

Pormenores da barragem de As Conchas!













Albufeira de As Conchas!

Anúncio da Via Romana.

Então! Vamos embora, toca a rolar!

Em seguida, foi chegado o tempo para nos dirigirmos até Porto Quintela em busca da mítica Aqvae Qverqvennae! Acampamento romano construído há sensivelmente dois mil anos atrás e que servia de apoio logístico à epopeica obra de construção da Via Romana Braga-Astorga. Uma espécie de estaleiro dos tempos da antiguidade clássica, bem pertinho de nós e da fronteira portuguesa. Um pouco mal identificada na estrada que lhe serve, lá avistamos as (ridículas) placas identificativas de tão importante monumento nacional. Escrevo propositadamente entre parêntesis ridículas, porque comparando com o nosso modo sinalético, o espanhol está muito mais atrasado, uma vez que no nosso país os grandes monumentos estão assinalados com a devida ênfase! O mesmo não acontece em Espanha, pelo menos por estas bandas, por onde circulou a J5. E este, merece ser conotado como grande monumento.

Em primeiro lugar um passeio pelas areias da albufeira e um pequeno toque nas águas do Lima...e...que quentinhas que elas estavam...tão diferentes em temperatura daquilo que se sente em Lanheses! Curioso! Por ventura, por estarem "mais paradas" e talvez também, por estarem mais a interior-norte onde a temperatura tem tendência para subir, dado o afastamento geográfico do oceano, não sentindo a sua influência! Estou somente a presumir, mas que estavam agradávelmente quentinhas, lá isso estavam!







Em segundo, e o mais apetecido, o passeio até AQVAE QVERQVENNAE, as ruínas do acampamento romano e talvez, o momento mágico do dia! Belo é quando o ser humano, pode absorver o que um lugar carregado de história como este, aliado a uma paisagem de beleza singular, experimenta, um tão perfeito momento contemplativo! Fiquei deveras tocado com a beleza daqueles aglomerados de pedras que estão ali há já dois mil anos, testemunha viva e desenterrada da areia e águas do rio, de outros povos, de outras culturas, que na antiguidade clássica por aqui deambularam! Depois de muito observar e fotografar, dei por mim, enquanto fumava um cigarro contemplando a paisagem e absorvendo aquele silêncio sepulcral que emana das pedras trabalhadas por mão romana, como chegariam eles (os romanos) de Roma e Itália até estas paragens? Que perigos teriam enfrentado? Que climas terão experimentado? Quão belicosa pode ser a mente humana, quando resoluta e apostada num fim, no fim da descoberta e colonização! Por tudo isto serei sempre um apaixonado por história e este local, a mim, tocou-me profundamente, no intimo! Tive a mesma sensação aqui, quando em Roma, no interior do Coliseu, experimentei a estranha sensação de me encontrar num local tão e tão carregado de história...e pensar, pensar, pensar...Maravilhoso!


Estacionada junto à Via Romana Braga-Astorga.

Porta de entrada para AQVAE QVERQVENNAE.







Impressionante como estes aglomerados de pedra resistiram a séculos e séculos enterrados na areia e algumas décadas submersos pelas águas da albufeira! Sei-o também, pesquisando arquivos históricos e muita Internet (é para isto que ela serve), que houve muita resistência por parte dos governos de então (não esqueçamos o franquismo) pelo que desenterrar e fazer emergir de novo este autêntico amontoado de história, não foi tarefa fácil. Hoje em dia e, pode-se ver in loco, as escavações continuam e ainda bem! Esta é uma importante matriz histórica que merece de certeza uma visita a todos quantos se interessem por estas matérias.

Mas não acaba aqui, seguindo para norte e sempre pela via romana, chegamos a outra das maravilhas deste local priveligiado. As antigas termas que os romanos construíram para "os banhos" (como eles apelidavam, então), aproveitando e percebendo a actividade geológica que estes terrenos apresentam.

Em plena Via Romana!


O que resta de uma mansão romana!

Poço! Há já dois mil anos atrás os romanos dominavam os sistemas de água!

Entretanto, quase chegados ao local, apercebemo-nos que fisicamente não nos é possível chegar às fontes termais por aquele local; pelo que retrocedemos, subimos a bordo da J5, tomamos de novo a OU-540 e no povoado seguinte apelidado de Os Baños (precisamente por ser o local onde os romanos tomavam os banhos), por um caminho muito mal sinalizado (lá está o "espanholismo" a falar), mas de boa qualidade asfáltica, chegamos a um oásis situado entre frondosos arvoredos! Tínhamos alcançado a fontes termais de O Baño, construídas há já dois mil anos pelos romanos! Delas brota uma água fervente e desta um fumo, que logo nos diz que por baixo de nós a terra está bem viva e em crescente ebulição. Em pequenos e redondos aglomerados de pedras com formato arredondado, tendo no centro sido colocada uma pedra de dimensões generosas, chega-nos do interior da terra por esta pedra, água a uma temperatura muito elevada, a ferver mesmo! Impressionante! Não resistindo e curioso como sempre, atirei-me à pequena lagoa e...fantástico...que sensação extraordinária nas pernas! A água continuava a jorrar pela pedra a uma temperatura incrível! No interior da lagoa são visíveis as bolhas que emergem à superfície da água e fumo sai da mesma. Ali existem variadas destas lagoas mas como o nível das águas da albufeira ainda está muito alto, as mesmas, encontram-se submersas! Incrível como certas decisões são tomadas e um importante legado histórico, carregado de simbolismo e até susceptível de estudo pormenorizado, se encontra submerso pelas águas de uma barragem! A estupidez humana no seu melhor...perdoem-me o desabafo...!!!
Tempo para observar as suas lamas e qualidades terapêuticas, que as mesmas possuem e posso afirmar que se sentem os poros da pele a abrir de par em par tal a efervescência destas águas...em pouco tempo as peles mortas dos meus pés descolavam-se dos mesmos com tal facilidade que nenhuma calista faria melhor!
Imagino os romanos, que utilizavam estes "banhos" públicos, completamente desnudados a retemperarem forças enquanto as águas ferventes lhes aqueciam o corpo. Hoje em dia se não houvesse tanto complexo com a nudez e esta não fosse um tema tabu, seria maravilhoso que me tivesse também eu desnudado e sentando-me naquela maravilhosa lagoa, as lamas e a água a ferver me aquecessem o corpo hidratando-o...!!! Enfim...não podemos ter tudo!


Analisando a lagoa artificial.


A pedra localizada ao centro da lagoa de onde brota água a ferver!

Borbulhas emergem à superfície, testemunho de actividade geológica!


Fumo sai da água fervente e ao fundo a J5.

Panorâmica do local!


As horas foram passando e era tempo do lanche, a bordo da J5 e de pensar no regresso, porque esta seria viagem de um dia só. Com imensa pena, em breve abandonaríamos este pequeno oásis para seguirmos de regresso a casa mas sem antes, pararmos a J5 no último local a visitar. O povoado de Santa Comba e a sua Igreja Visigótica do século VII.



Tomando de novo a OU-540, agora porém no sentido Espanha-Portugal e a poucos quilómetros de Os Baños, virando à direita seguindo as pequenas indicações sinaléticas, mas que desta vez se vêem muito bem, seguimos em direcção ao referido templo, uma das mais fantásticas construções que nos deixou um dos povos bárbaros que ocuparam a Península Ibérica, como referido os Visigodos. 

A Igreja Visigótica de Santa Comba, é um pequeno templo em forma de cruz grega, mostrando logo aí, a diferença da cultura visigoda para a romano-apostólica que erguiam Igrejas em forma de cruz; por isso estes últimos apelidaram os primeiros de bárbaros; Igreja toda ela construída em granito da região com muito poucas entrada para a entrada de luz e rodeada por pequenos muros. Todo o jardim envolvente se mostrava bem tratado, o que denota o zêlo com que os habitantes e entidades competentes tratam o imóvel, classificado como monumento de interesse nacional! Não pretendo fazer aqui um tratado histórico pelo que aconselho um visita na Wikipédia ao tópico que a mesma lhe dedica.



Pormenores da Igreja de Santa Comba, Bande, Orense.









Esperando o patronato e desejosa de mais e mais quilómetros...



Este foi o último local de visita antes do regresso a casa, seguindo novamente em sentido contrário a OU-540 até ao Lindoso, depois a EN203, para na Barca apanhar o IC28, em Ponte de Lima a A27 até Lanheses e...casa!


Em baixo o Lima e toda uma paisagem idílica...ao fundo os picos do Gerês!

Portugal...ao fundo...lindo, com o Lima a namorar!

Conduzindo a J5...

Deixo a recomendação a quem se interesse por estas matérias, uma visita a estas paragens pois, à vinda embora, sentirá um misto de sentimentos: tristeza por abandonar locais tão belos, mas ao mesmíssimo tempo, alegria, porque destes belos lugares o espírito vem reconfortado em abundância! Acreditem, foi o que senti! Belo modo  de terminar duas semanitas férias...

Jamais esquecerei um dia que se tornou maravilhoso e este post será uma das suas belas lembranças!